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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DISPOSITIVOS TÉCNICOS PARA EXECUÇÃO

por Jorge Pescara

DISPOSITIVOS TÉCNICOS PARA EXECUÇÃO



MUITOS APETRECHOS SÃO EMPREGADOS AO LONGO DA HISTÓRIA PARA SE CONSEGUIR AS MAIS INUSITADAS SONORIDADES NO CONTRABAIXO ELÉTRICO. ACOMPANHE A DESCRIÇÃO BÁSICA DOS MAIS CONHECIDOS.

   PALHETA
Pequeno artefato de plástico (ou outro material qualquer: osso, vidro, metal, madeira, etc), geralmente no formato triangular usado no lugar do pizzicato para tocar as cordas. Muito comum no rock pesado (hardrock, trhash rock, death metal, heavy metal, etc), porém com muitos adeptos no pop, jazz, r&b, soul, funk e fusion.
Ouça:
Chris Squire (Yes, solo), Anthony Jackson (Steve Khan, Michel Camilo), Steve Swallow (Carla Bley & Steve Swallow), Jack Casady (Jefferson Airplane), Carles Benavent (Paco DeLucia, solo), Joe Osborn (Simon & Garfunkel), Tony Levin (
King Crimson, Yes, Peter Gabriel, solo), Carol Kaye (Motown)


   


   PLECTRO (Dedeira)
Similar a palheta, mas com formato anelado. Encaixa-se no dedo polegar para tocar. Usado para tocar banjo, é muito raro sua utilização no baixo, porém Mark King do Level42 costumava usar um plectro preto nos anos 80 para tocar slap!. 
Ouça:
Mark King (Level 42, solo)

  


   FUNK FINGERS (Baquetas)
Par de pequenas e estreitas baquetas de percussão adaptadas para serem encaixadas nos dedos (indicador médio) para se golpear as cordas. Consegue-se, com isto, timbres e ritmos impossíveis com as técnicas tradicionais. Criado e desenvolvido por Tony Levin.
Ouça:
Tony Levin (King Crimson, Yes, Peter Gabriel, solo)



   E-BOW (Sustain Infinito)
Pequeno apetrecho de plástico com um circuito eletrônico de realimentação (sustain infinito) alimentado por uma bateria de 9volts. Ao ser posicionado (ligado) próximo a alguma corda o E-Bow ativa a vibração sonora da mesma que somente cessa ao ser afastado e/ou desligado. Com o domínio técnico do E-Bow consegue-se diferentes nuances sonoras. Por enquanto poucos baixistas utilizam este aparelho. 
Ouça:
Michael Manring (Montreux, solo)




   BOTTLENECK (Slide)
Pequeno tudo de vidro ou metal usado para se obter sons legatos. Para isto desliza-se o apetrecho (acoplado ao dedo mínimo da mão) por sobre as cordas enquanto toca-se as notas. Muito usado nas pedal steel guitar. Outros dispositivo raramente usado no contrabaixo. 
Ouça:
Kin Stone (Rippingtons), John paul Jones (Led Zeppelin, solo), Jack Casady (Jefferson Airplane), Chris Wood (Martin Medesky & Wood), Mark Sandman (Morphine)







Arco

O uso do arco de contrabaixo acústico ou mesmo de violoncelo e violino para extrair sons no baixo elétrico. Também o fato de usar o arco de forma pouco usual (double stops e multiple stops, sul ponticello, sul tasto, Col legno ou seja, col legno battuto significa bater com a parte de madeira do arco em uma corda apenas de cada vez, enquanto col legno tratto significa bater com a parte de madeira do arco cruzando várias cordas).
Midi Synth
A instalação de pickups midi para controlar dispositivos sintetizadores. Diversas marcas e modelos estão disponíveis no mercado tais como RMC, Roland, Yamaha, Peavey, etc. Brian Bromberg (solo, Stan Getz) usa um sistema Photon em seus baixos.

Slapring
Consistindo de um fino tubo de metal com 4cm de comprimento, com uma abertura na lateral.  Uma espécie de anel para ser usado sobre a falange no dedo polegar permitindo assim uma sonoridade diferente no uso do slap. Stuart Hamm (solo, Joe Satriane, Steve Vai) experimentou este artefato em alguns shows.

O Capotrasto
Dispositivo mecânico, transpositor de tons, que se coloca sobre as cordas para encurtar as escala mudando assim a afinação do instrumento como um todo. Colocando o capo no segundo traste (por exemplo) eleva-se a entonação do instrumento e um tom inteiro. Poucos baixstas se aventuram a usar o capo, mas não podemos deixar de citar Michael Manring (solo, Michael Hedge, Montreux, Yo Miles, Attention Déficit, John Gorka) como sendo um adepto do capotrasto em suas apresentações solo e workshops.

JetSlide
Outro dispositivo mecânico, baseado nos bottlenecks, porém mostra-se uma engenhoca bem dinâmica e útil. O sistema consiste em um anel atrelado ao dedo que possui uma barra extensora lateral, que funciona como um slide. Esta barra pode ser acionada a qualquer momento propiciando um instantâneo bottleneck que não deixa o dedo inutilisado para a digitação.


Extender D Tuner
Estas tarraxas são especiais, porquê possuem um dispositivo em formato de alavanca que serve para mudar instantaneamente a afinação da corda em até um tom e meio. O sistema funciona da seguinte maneira: A tarraxa é montada sobre uma base 'falsa' onde um eixo interligado às duas partes permite através de uma alavanca o deslizar do conjunto (sobre o próprio eixo). Com isto a corda afrouxa ou tenciona com a mudança do tom na mesma.

Pontes com Abafadores
Inicialmente nos Rickenbacker e posteriormente nos Music Man, estas pontes possuem pequeninos blocos de borracha nos selins, de onde com o ajuste de um parafuso ou knob, pode-se abafar as cordas por pressão destas borrachas sobre as mesmas. A sonoridade obtida, por conta do rápido decay, está muito próxima ao do baixo acústico.


Pontes com Alavancas e Detuners
Pontes para baixo elétrico, porém com os 'whammy bars', ou seja, alavancas de desafinação e afrouxamento das cordas, muito comuns nas guitarras. Sua utilização é mais prática na fusion e no rock, porém interessante.


Pontes com Simuladores Sitar Sound
Gotoh Buzz bridge ou a EYB, estas pontes possuem um sistema por onde passam as cordas e através de placas, molas e parafusos, simulam a sonoridade reverberada da citara. Para se ter uma idéia, cada vez que se toca uma nota, em instrumentos com este apetecho, ouve-se a tônica tocada e mais a reverberação de vários e vários harmônicos gerados, tudo junto. Uma simulação deveras interessante.

Pontes com Simuladores Fretless Sound
Fabricadas na Alemanha através da DDP ou também da Noiser Basses, estas pontes simulam através de um sistema de angulação das cordas a sonoridade de um fretless (sem trastes), em baixos com trastes. Feitas à partir das idéias do baixista frances Dominique Di Piazza (John McLaughlin, Biréli Lagrène) estas pontes podem ser uma opção muito interessante para se ter as duas sonoridades (fretted e fretless) em um mesmo instrumento.



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TÉCNICAS MODERNAS DE EXECUÇÃO



por Jorge Pescara

EXISTEM DIVERSAS TÉCNICAS PARA SE EXTRAIR SONORIDADES DISTINTAS DO CONTRABAIXO. ACOMPANHE UMA BREVE DESCRIÇÃO DE CADA UMA, COM FOTOS ILUSTRATIVAS E NOMES DE CONTRABAIXISTAS FAMOSOS (SOMENTE PARA EXEMPLIFICAR) QUE SE UTILIZAVAM DELAS.

    PIZZICATO (com 1, 2, 3 ou 4 dedos)
Ato de beliscar as cordas do instrumentos para extrair as notas. Pode-se usar qualquer quantidade de dedos para tal: um, dois, três, quatro e até os cinco dedos da mão, por vezes são usados. No padrão mais comum alterna-se o movimento dos dedos indicador e médio raspando-os nas cordas. 
Ouça:
Jack Bruce (Cream, solo), Anthony Jackson (Steve Khan, Michel Camilo)John Patitucci (Chick Corea Electric Band, solo), Steve Bailey (Rippingtons, Bass Xtremes, solo), Bill Dickens (Ramsey Lewis trio, solo), John Entwistle (The Who), Steve Harris (Iron Maiden), Gary Willis (Tribal Tech), Francis Rocco  Prestia (Tower of Power)



         
             
   PIZZICATO COM O POLEGAR
Ato de tocar as cordas usando a lateral do dedo polegar para obter, com isto, uma sonoridade mais encorpada. Abafando corretamente as cordas com a lateral da palma da mão consegue-se uma sonoridade próxima ao baixo acústico. 
Ouça:
Sting (The Police, solo), Anthony Jackson (Steve Khan, Michel Camilo), Bill Laswell (Material, solo), Marcus Miller (Miles Davis, David Samborn, solo)



    THUMB SLAP
Ato de tocar as cordas golpeando-as com a falange do dedo polegar para obter, com isto, uma sonoridade percutida. O ato de puxar as cordas agudas  é um ornamento freqüentemente usado para ampliar as possibilidades sonoras desta técnica. Criada no final dos anos 60 por Larry Graham vem sendo desenvolvida desde então. Existem três posições distintas para o polegar nesta técnica: 1º polegar apontando para cima, 2º polegar na direção das cordas, 3º polegar para baixo, porém em todas as formas costuma-se golpear as cordas na região compreendida entre o final da escala e o primeiro captador. Anteriormente havia uma técnica similar no baixo acústico onde os músicos golpeavam as cordas com a palma da mão para ter melhor projeção sonora. 
Ouça:
Larry Graham (Sly & The Family Stones, solo), Stanley Clarke (Return to Forever, solo), Marcus Miller (Miles Davis, David Samborn, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Fieldy (Korn), Les Claypool (Primus)




   TAPPING (Two Hands)
Ato de tocar as cordas batendo (martelando ou golpeando) com as pontas dos dedos de ambas as mãos sobre a escala do instrumento. Técnica similar ao toque pianístico. A sonoridade obtida pode ser comparada a uma mistura de percussão com notas graves.
Ouça:
Tony Levin (King Crimson, Yes, Peter Gabriel, solo), Michael Manring (Montreux, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Stuart Hamm (Joe Satriane, Steve Vai solo), Billy Sheehan (Talas, Mr Big, Niacin, solo)



   ACORDES
Ato de tocar as diversas notas ao mesmo tempo. Costuma-se usar uma mistura da técnica violonística onde até os 5 dedos são empregados para a obtenção dos acordes. Geralmente executados nas regiões agudas do instrumento para não embolar o som. 
Ouça:
Jeff Berlin (Bill Brufford, Yes, solo), Steve Bailey (Rippingtones, Bass Xtremes, solo), Les Claypool (Primus), Michael Manring (Montreux, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Tim Boggart (Cactus, solo), Oteil Burbridge (Aquarium Rescue Unit, solo)



   HARMÔNICOS
Ato de tocar as cordas extraindo notas extremamente agudas da série harmônica de cada corda. Os chamados harmônicos são tocados de três maneiras: 1º harmônicos tradicionais, obtidos com um leve encostar do dedo sobre um ponto específico da corda (ex 127 traste em sua metade exata) tocando em seguida um pizzicato comum; 2º harmônicos artificiais, obtidos com ao digitar-se uma nota qualquer e com o polegar direito encostado levemente sobre a corda toca-se, então o pizzicato com o indicador desta mão; 3º harmônicos fantasmas, similar ao anterior, porém ao invés do polegar encosta-se a ponta do dedo indicador usando para o pizzicato os outros dedos. 
Ouça:
Michael Manring (Montreux, solo), Jaco Pastorius (Weather Report, solo), Steve Bailey (Rippingtons, Bass Xtremes, solo), Percy Jones (Brand X, solo), Larry Klein (Joni Mitchell), Mick Karn (Japan, solo)


             

   DISPOSITIVOS ESTILÍSTICOS 

PARA SINTETIZAR AS DIVERSAS TÉCNICAS PODEMOS OBSERVAR O BAIXISTAS PERCY JONES (BRAND X) E SUAS AUDACIOSAS PESQUISAS SONORAS.


PERCY JONESfretless de 5 cordas com afinação 
C E A D G 
    sitar like: puxar a corda para a borda do braço com as unhas ou dedos após tocar uma nota
big bang: 
tocar nota grave e bater a palma da mão sobre os captadores extraindo harmônicos para formar acordes de 3 ou 4 notas
percussive slide: 
raspar as unhas nas cordas com slide
percussive harmonic slide: 
o mesmo acima com a adição de um harmônico na ponta
bell like tone: 
bater com as falanges dos dedos atrás do braço para extrair a série harmônica
octave artificial harmonics à la Jaco
tocar um harmônico artificial com o polegar nas cordas graves e uma nota real oitava acima
expressive sound I:
 harmônico na corda grave, bend no agudo, soltar esta última encostando a unha na corda enquanto ela vibra
expressive sound II: 
o mesmo procedimento anterior mas encostar a corda em uma adjacente produzindo um som: RRRRRRR

Ao Mestre .:.

               



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A HISTÓRIA DO TOUCHSTYLE

por Jorge Pescara




A história do touchstyle technique é longa e, por conta de algumas confusões e mal entendidos, um tanto nebulosa. Antes de analisar (e talvez) avaliar cada instrumento e, até mesmo, para entender o que levou algumas pequenas indústrias e luthiers a desenvolver e construir instrumentos peculiarmente próprios para a utilização de técnicas tão específicas como o tapping, temos que em primeiro lugar, dar uma geral nos criadores e inventores destas incríveis ferramentas.





Tapping-on (também chamado de: Two Hands,Two HandTapTouchStyleTouch
SystemTapStyleFinger TappingHammered StringTouched TechniqueChapman TechniqueString PercussionTypewriter Technique, Triplo DomínioDigitação Dupla, etc...), segundo o Dicionário Musical Hal Leonard: literalmente “dar pancadinhas nas cordas da guitarra ou baixo elétrico. Fazer soar uma nota martelando a corda com pancadas dos dedos”. Hoje em dia esta é uma técnica difundida no mundo inteiro por mestres do naipe de: Stanley Jordan, Tony Levin, Trey Gunn, Nick Beggs, Victor Wooten, Eddie Van Halen, Michael Hedges, Michael Manring, Steve Vai, Allan Holdsworth, Michael Hedges, Stuart Hamm, Billy Sheehan, Alphonso Jonhson, David Torn, Jennifer Batten, David Lynch, Chico Gomes, Zuzo Moussawer, Sydnei Carvalho, Márcio Eiras, Eduardo Agni, André Geraissati, Badi Assad... até mesmo Pino Palladino já usou um Stick e o saudoso John Entwistle (The Who) usou o tapping com suas tercinas rápidas dos quatro dedos da mão direita! Porém existem outros mestres que desenvolvem e expandem esta técnica em instrumentos próprios e que são pouco conhecidos por aqui.


COLOCANDO OS PINGOS NOS Ís




De acordo com Nashville Songwriter's Hall of Fame (www.songs.org/~nsf/frame-hof.html), o músico instrumentista Merle Travis (1917 – 1983), cujos créditos incluem 7 discos de ouro e 12 BMI awards, (tais como Sixteen Tones e Smoke, Smoke, Smoke that Cigarette!) foi o primeiro a tocar em uma guitarra, nos anos 40 (!) melodias e harmonias independentes, ao mesmo tempo, percutindo os dedos de ambas as mãos nas cordas! Alguns anos após, o guitarrista James Donart Webster, ou simplesmente Jimmie Webster, 11 de Agosto de 1908 – 11 de Abril de 1978 (www.geocities.com/websterfiles/webster.html#story) lançou o método Ilustrated Touch System for Electric and Amplified Spanish Guitar™ [Copyright in 1952 by the William J. Smith Music Company in New York], onde descreve esta técnica e seu modo de operação. Na página seis deste livro podemos ler claramente:
"Touch System means playing the guitar like a piano. Both hands are employed to reproduce musical tones much in the same fashion, as you would play a piano. "Just by pressing down on chords with the fingers of the left hand, you create a fine accompanying background for right-hand solo-work. "The solo part for right-hand will strike the strings on higher frets with the finger-tips. By combining the left and right hand, you can obtain the results of two guitars playing together."



 Pode-se notar uma foto neste mesmo livro demonstrando Jimmie com uma guitarra semi-acústica posicionando sua mão direita paralela ao braço do instrumento. Tal posicionamento não facilitava a digitação, mas estamos falando de 1952, era o início de toda a saga. Jimmie desenvolveu a idéia de seu touch system após observar o também visionário Joe Harry DeArmond tocar alguns hammer-ons na guitarra para demonstrar a sonoridade de seus captadores. Outros nomes seguiram estes passos como foi o caso de Mark Laughlin. Interessado no desenvolvimento do instrumento para, com isso, facilitar a execução do recém criado tapping, Webster obteve em 1960 a U.S. Patent # 2,964,985 para o designe de um só pick-up stereo com as saídas das cordas de baixo e guitarra independentes. Ambos os grupos de cordas estavam no mesmo braço, mas o pickup magnético dividia o sinal das cordas graves para um amplificador e das cordas de melodia para outro amplificador separado. Esta patente foi licenciada para a Gretsch guitars. Nesta época Webster viajava o país inteiro como endorse da marca de guitarras além de demonstrar suas técnicas em temas compostos por ele ou rendições de clássicos de jazz como Caravan de Duke Ellington executando Ainda nos anos 50, o luthier e músico norte americano Dave Bunker, começou a desenvolver a idéia de um instrumento com dois braços para o uso exclusivo do tapping. 

Um contrabaixo normal com quatro cordas e o outro com seis cordas de guitarra, porém com o braço reto. Além disso, o instrumento teria uma esponja para abafar as cordas entre o primeiro traste e o capotraste. O instrumento, batizado de Duo Lectar™ recebeu a U.S. Patent # 2,989,884 em 1961. Bunker escreveu e comercializou um método de touch system (two hands) para a utilização do instrumento. Desde então, Bunker tem desenvolvido diversos apetrechos de hardware para melhorar a performance e tocabilidade de guitarras e contrabaixos. Dentre as criações mais importantes podemos apreciar o electronic mute (U.S. Patent # 5,162,603) que habilita o músico a abafar as cordas que não estão sendo digitadas, sendo ótimo para o tapping, o  Improved Tremolo Guitar Mechanism U.S. Patents # 5,431,079, oAnti-Torque Neck Adjustment Device # 5,018,42, e o The Wedge, # 4,201,108 uma guitarra elétrica com as partes do corpo removíveis e intercambiáveis. Bunker também foi o primeiro a desenhar e construir uma guitarra headless com as tarraxas na base do corpo (instrumento muito difundido pela fábrica Steinberg nos anos 80), e o primeiro bodyless instrument(construído, ainda, nos anos 50), o individual-string through-the-body bridge, o reflection shield (um conector de metal que transmite agudos da ponte para o braço), os individual-string pickups, as conhecidas fine-tuners (micro afinações para guitarra), e muito mais! Tudo isto com a mente voltada a facilitar a inovadora técnica. Já no final dos anos 60, início dos 70 o, então, jovem pesquisador e guitarrista Emmett Chapman re-descobriu a técnica e tornou-se um ícone para o mundo do two hands com sua invenção: The Stick. 

Com o diferencial de que na técnica de Emmett as mãos ficam em posição perpendicular ao braço do Stick, e este permanece em posição semi-vertical. Para a digitação de escalas, arpejos e acordes a mão do músico permanece parada em uma única posição alcançando uma gama enorme de notas. Já na técnica anteriormente citada (Webster, DeArmond e outros), a mão direita paralela ao braço faz com que somente os dedos indicador e médio tenham liberdade. Conclusão, no caso desta última, para a execução de uma escala são necessárias mudanças e movimentos de braço e ombro. À partir de 1974 Emmett formou uma legião de fãs, amigos, simpatizantes e alunos da técnica e do instrumento. Dentre eles estava o jovem Stanley Jordan. Antes de ser famoso Jordan costumava freqüentar a oficina da Stick Enterprise, além de costumeiramente passar horas ao lado de Jim Bruno e Bob Cullbertson, ambos Stickstas de primeira qualidade, para aprender mais sobre o tapping. A esta altura alguém já deve estar se perguntando: Mas não vivem dizendo que foi Stanley Jordan que criou o tapping?.. 

Bom! Talvez não seja culpa dele, Stanley Jordan que é um ótimo guitarrista, foi apenas incluído em uma jogada de marketing da gravadora na época de seu primeiro disco, já que até aquela altura a mídia despertara pouco para os verdadeiros pais da técnica. Sem levarmos em consideração a apresentação de uma hora de duração de Emmett Chapman demonstrando o Stick com tapping em um programa de televisão chamado “What’s my Line?”, e isto em 1976! Porém, o certo é que o tapping já existia a pelo menos 20 anos quando o primeiro disco de Stanley Jordan saiu. Não entendam isto como uma crítica a ele, pelo contrário, o cara foi importantíssimo na divulgação da two hands, mas, verdade seja dita, longe de ser o criador da técnica e mesmo do tipo de repertório gravado. Existem uns três discos de Stickistas que foram gravados antes dos de Jordan, com a mesma técnica, só que executados no Stick e com uma sonoridade primorosa, além de um repertório bem similar, ou seja, temas pop mesclados com standard de jazz, executados com acompanhamento de acordes, walking e solos simultâneos (somente para refletirmos um pouco sobre as armadilhas da indústria fonográfica!). Aqui mesmo no Brasil em plenos anos 90 um pequeno selo paulista saiu alardeando que um violonista, ótimo por sinal, acabava de criar uma técnica de bater com os dedos nas cordas de um violão folk... e olha que já havia discos de, por exemplo, Michael Hedges, (só pra citar um) gravados usando esta mesma técnica, nos anos 80, ou seja, somente 10 anos antes do criador brasileiro do “tapping no violão folk”. (!) Polêmicas à parte, após estas extraordinárias criações, somente eclipsadas pelo nascimento do slap, que obteve mais mídia, guitarristas, violonistas e baixistas começaram a desenvolver o tapping nos anos 80 infestando todos os estilos musicais possíveis. Discos de fusion, rock, metal, blues, r&b, pop, new age, world music, progressivo, latin music, jazz e até música brasileira e oriental podem ser encontrados contendo alguma (ou todas as) faixa(s) de tapping. Os nomes são todos conhecidos, mas os créditos de criação devem a partir de agora ser dados aos verdadeiros pioneiros do two hands.




O MANANCIAL
Hoje em dia podemos executar esta técnica em qualquer instrumento ocidental de cordas, baixo elétrico, guitarra, violão, baixo acústico, banjo, cavaquinho, viola e até mesmo no violino! Podemos até dividir a tipologia do tapping em várias áreas específicas de atuação tais como: rápidos arpejos e escalas em hammered-on (ex: Eruption de Eddie Van Halen e Birds of Prey de Billy Sheehan), melodia acompanhada do tipo tema-acordes-linha de baixo-solo (All the Children de Stanley Jordan e Charmed Life de Greg Howard), poliritmia (Calling for London de Trey Gunn e Elephant Talk de Tony Levin), contrapontos (Layover de Michael Hedges e Watson & Crick de Michael Manring) e por aí vai. Pode-se optar por qualquer destas áreas, ou mesmo mescla-las. Para isto, existem no mercado diversas fontes educativas, tais como: video-aulas, DVDs, CD-Roms, Cds, K7s, livros e professores das mais diversas tendências estilísticas ensinando esta arte nas escolas de música.  A comunidade internauta não deixou por menos e iniciou vários grupos de discussão, pesquisa e divulgação de Stick (e outros instrumentos de tapping), tais como o StickWireTouchstyle, Tap Talk e outros. Para se ter uma idéia do que estes sites (verdadeiros clubes!) disponibilizam: arranjos e estudos em partitura, gravações em MP3, MIDI, arquivos de MPEG com vídeos, jornais e informativos (MegaTapper News, The TouchStyle Quaterly™, etc) distribuídos aos associados, eventos (seminários, shows e workshops) na Europa, Japão e América, aulas virtuais e até programas interativos como o complexo Xstick .096 Beta version™ do stick player Stew Benedict, construído à base de protocolo Tcl que visualiza o fretboard do instrumento e permite total interação entre sons via MIDI, partitura e tablatura. O Baliset™ do Stick player japonês Toshi Fujita que possui interação via MIDI para Mac, oInterChart 2.0 do tapping maniac David J. Grossman com visual interessante, o Fretboard Visualizer do baixista e Stick player Russell Keating, com algumas possibilidades de visualizar escalas e acordes além do simples, mas efetivo, JavaGuitar Tool. Livros, vídeos, dvds e gravações também não faltam quando se trata de guitarra e contrabaixo tapping. Abaixo segue uma pequena amostragem do que se pode encontrar no mercado quando o assunto é tapping no StickBass, WarrBass e MegatarBass, etc:


LIVROS


Free Hands Emmett Chapman (Stick Enterprise inc.
The Stick Book + Cd Greg Howard (Stick Enterprise inc.)
TouchStyle Songbook Frank Jolliffe (TouchStyle Publications)
My Space, My Time Daniel Shell (TouchStyle Publications)
Gira, Girasole Daniel Shell (TouchStyle Publications)
Easy TouchStyle Bassics Traktor Topaz (Mobius Megatar ltd.)
The Dave Bunker Method Book Dave Bunker (Bunker Guitars)
Tapping the Flame for Warr Guitar Ray Ashley (TouchStyle Publications)
Rapid Fire Bass for Warr & Stick Frank Paul (TouchStyle Publications)






VÍDEOS & DVDsUn Viaje Clássico 


VHS Bob Culbertson (Stick Enterprise inc)
Hands Across the Board VHS Emmett Chapman (Stick Enterprise inc)
Lessons on the Stick VHS Bob Culbertson (Stick Enterprise inc)
The Stick Night 99 VHS Shows (Stick Enterprise inc)
HandiWork VHS Greg Howard (Stick Enterprise inc)
Solo Flight VHS Bob Culbertson (Stick Enterprise inc)
Bass Day 1997 Highlights DVD Tony Levin with Stick (DCI Music Video)






Peace .:.