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terça-feira, 2 de agosto de 2016

INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS PARA TAPPING parte 2

por Jorge Pescara
Parte 2
WARR GUITARS A principal diferença entre um Warr e o Stick é a presença do corpo nos modelos da Warr. Mark Warr, um capitão do Corpo de Bombeiros de Topanga Canyon (Califórnia, USA) que criou o Warr a partir do Stick desenvolveu o “un-crossed neck”, um instrumento com braço extremamente largo (12, 14 ou mais cordas!) onde as mãos não cruzam a escala para tocar, como no caso do Stick, além de que a disposição das cordas (apesar de ainda serem divididas em dois grupos) segue o padrão normal do grave ao agudo e o outro grupo novamente do grave ao agudo. Assim sendo, a mão direita toca as cordas graves (lado superior do braço) enquanto a mão esquerda toca as cordas agudas (lado inferior). Apesar disto a Warr possui modelos que seguem o padrão de disposição de cordas à la Stick com as graves afinadas em quintas a partir do centro do braço para o lado superior e as agudas em quartas justas, também a partir do centro do braço, para o lado inferior. Das marcantes diferenças existentes entre o Warr e o Stick temos em primeiro plano o pequeno corpo parecido com o de uma guitarra, porém com os cutways mais curtos, construído em 7 partes de madeira nobre, laminada. O braço reto é muito parecido com o do Stick, porém em construção neck-through-body de 25 trastes e com uma espuma ao lado do capotraste para abafar as cordas. Pequenas tarraxas fabricadas pela Sperzel completam o quadro. Há uma total ausência do Belt Hook, pois este já é patenteado pela Stick Enterprise, um circuito eletrônico Bartolini 18v com diversas configurações para os captadores (também Bartolini), que, aliás, são divididos e com uma chave seletora mono/stereo, o que também acaba por diferenciar mais ainda o seu timbre, pois as melodias executadas em overlap (cruzamento de grupos de cordas) são mais interessantes com o instrumento em mono. Existem marcações (dots) como em um contrabaixo ou guitarra normal (nos 3º, 5º, 7º, 9º, 12º, 15º, 17º, 21º e 24º trastes), a ponte (feita pela Wilkinson) é muito próxima as tradicionais pontes de guitarra só que estão munidas de captadores piezo elétrico, além de uma correia atarraxada aos dois lados do corpo para deixar o Warr em uma posição confortável, pois seu shape permite que ele fique posicionado horizontal ou verticalmente no corpo do músico. Como a saída do instrumento é em stereo separado podem ser usados 2 cabos comuns de guitarra com plug mono-P10. O grande destaque fica para quem quer usar outras técnicas já que, ao contrário do Stick, a ação das cordas do Warr TouchStyle Bass permite o slap, pizzicato, rasgueado e palheta, além do tapping. Ao encomendar um modelo da Warr o feliz futuro proprietário recebe um ano de assinatura grátis do jornal TouchStyle Quaterly editado pelo mestre em Warr e Stick Frank Jolliffe. Poderá, também, escolher algum acessório particular como dispositivo MIDI Roland GR33 ou Axon AX-100, escala fretless, quantidade de cordas específicas, diversas configurações diferentes em termos de captadores e outras possibilidades. Os modelos em linha atualmente são: Warr TSBass 5, 6, 7 e 8 cordas, Phalanx Series de 12 e 14 cordas, com o já citado “un-crossed” system, Artisan Series com corpo semi-acústico e cordas de nylon e captadores piezo elétrico na ponte, além dos tradicionais Artist Series e Trey Gunn signature, ambos com 8, 10, 11 e 12 cordas. O timbre do Warr é um pouco mais acentuado nas regiões médias, sendo que o sustain é maior do que no Stick. Os graves são mais suaves e o agudo mais guitarrístico. 
Dos músicos, adeptos do Warr guitars, mais influentes na atualidade temos alguns ex-Stick players: Trey Gunn (artista solo, King Crimson, California Guitar trio), Frank Paul, Paul Edwards, Frank Jolliffe e Randy Strom. No Brasil conhecemos apenas o músico e engenheiro de som (Berklee College) Otávio Brito como Warr guitar player. Acesse www.warrguitars.com e confira as novidades.
MOBIUS MEGATAR BASS A empresa é encabeçada por Traktor Topaz, um aficionado por tapping que durante anos negociava instrumentos usados, através da internet. Sua criação é bastante exótica, por conta do visual futurista. os instrumentos que ele constrói não possuem grandes variações entre os modelos. O design do corpo é sempre o mesmo: uma enorme paleta com uma divisão no meio, um capotraste normal de contrabaixo com um Velcro próximo ao 1º traste, para abafar as corda, captadores Bartolini Quad ou soapbars. Os modelos podem ser de 8, 10 ou 12 cordas. A linha completa inclui o Standard ToneWeaver us$2,395.00 que tem braço em Mahagony, fretboard feito em Rosewood e corpo construído com Sapele, o Fanned-Fret system com Twelve-Tone Bridge que é o mesmo ToneWeaver, mas com sistema diferenciado de trastes em diagonal formando um arco onde as cordas graves localizadas no extremo superior tem 35¨ de extensão e as agudas no lado inferior (do mesmo braço!) possuem 31¨ us$2,795.00, o True Tapper com braço em 4 partes de Maple e corpo em Alder pode ter variações no preço final por conta da escolha dos pickups us$995 a us$1395, o Max Tapper com braço em 4 partes de Mahogany e o fretboard de Rosewood. O corpo é construído em Sapele escuro, madeira melhor conhecido como African Mahogany. o MidiTapper Solo possui um set de 6 cordas normais de contrabaixo (B E A D G C) com um pickup Bartolini e um set agudo para as melodias com um pickup Photon MIDI. Já o MidiTapper Twin vem com dois sets de cordas para melodias e pickups Photon MIDI em ambos os lados. A correia fornecida com o Megatar, chamada MegaStrap (Utility Patent #6,359,203) é completamente diferenciada, pois em anatômico formato de X, presa ao corpo dos Megatar Basses, cruza totalmente as costas do músico e possui um terceiro ponto de apoio presa ao capotraste, desta forma o instrumento fica na posição vertical sem nenhum incomodo. O sistema MIDI que a Mobius Megatar usa em seus instrumentos é o Mobius 'Photon-Midi' Hex pickup em conjunto com Roland GR33 guitar synthesizer ou VG-88 V-Guitar system. A sonoridade do Megatar é bem próxima ao Warr, somente que com a região média nivelada. O timbre não possui a compressão característica da Stick sendo que estando mais próximo ao som do Warr. Por seu braço extremamente largo pode ser ideal para baixistas.
Alguns usuários do Megatar além do próprio Traktor Topaz são: Daniel Schell, Ted Rockwell e Ricky Wade. Traktor Topaz publica o informativo MegaTapper News e é autor do excelente livro “Easy touch-Style Bassics” com diversos exercícios para tapping rhythm bass. Ah! O site da Mobius é www.megatar.com.

BUNKER TOUCHBASS O nome de Dave Bunker já foi mencionado no início da coluna, onde traçamos um apanhado geral sobre a história da técnica de tapping e os instrumentos específicos. O aspecto visual deste instrumento é dos mais esquisitos. Um corpo retangular com dois braços sendo um de contrabaixo normal, 4 ou 5 cordas, e outro sendo mais parecido com uma steel guitar. Os braços possuem trastes angulados, sendo que o braço de guitarra vem com um captador Hex humbucking com 12 pólos individuais e 12 controles de balanço stereo (um par para cada corda) enquanto o braço de baixo é equipado com um captador Quad humbuking. Um processador controlável Electro-Mute system com 12 canais para a guitarra e 8 para o baixo proporcionam o abafamento perfeito para todas as cordas. O circuito eletrônico possui ainda controle de volume e pan para cada captador e duas bandas de freqüência de equalização com potenciômetros deslizantes. Ponte com sistema de duas afinação vertical by Dupont Delrin & Machine Brass, com o adicional de chave micro afinação para cada corda. Uma capa de metal sobre o corpo protege e isola as cordas agudas prevenindo ruídos mecânicos. Chave seletora de 3 posições para mute operation, saída stereo real e compartimento para bateria 9v com saída para adaptador externo. O som do TouchBass não é exatamente o mesmo do baixo elétrico com tapping. Com o timbre mais apagado e sem brilho, mesmo com cordas novas a área aguda assemelha-se a sonoridade do pedal steel. O preço desta beleza? Os modelo TG 2001 e BG 2001 saem pela bagatela de Us$4,295.00 com case, cabo stereo e adaptador 9v. visite www.bunker-guitars.com 
AUSTIN DOUGLAS GUITARS uma subsidiária da Warr a Austin Douglas guitars, sediada em Thousand Oaks (Califórnia, USA), fabrica  dois modelos simples de touch bass & guitar. Pode-se optar por 8 ou 10 cordas com corpo variando de Swamp Ash ou o avermelhado Mahogany enquanto a escala varia entre Pau Ferro ou Wenge. Escala com 24 trastes sem o dumper (Velcro abafador). Acompanha um único pick Bartolini passivo mono, tarraxas Gotoh, ponte em metal fabricada pela Warr com sistema through-the-body string anchoring, circuito ativo com 3 bandas de freqüência e gig bag. Como se pode ver o mais simples instrumento até aqui. Porém os preços... us$1,395.00 para os modelos de 10 cordas e us$1,375.00 para os 8 cordas. Soa como um baixo com alcance de 5 oitavas. Artistas que usam o ADG: Adam Levin e Ray Ashley. Para mais informações tente: www.austindouglasguitars.com e é isso!
BOX GUITAR Feito na Austrália este instrumento é o único headless dos analisados neste artigo. Com uma construção bem característica estes instrumentos são confeccionados em duas séries básicas SR (us$1,995.00 com case) e JC (us$2,095.00 com case). Pode-se escolher entre 8, 10 ou 12 cordas todos com escala de 24 trastes. Outro instrumento que tem a possibilidade de ser usado para tapping, slide e pizzicato, pois o espaçamento entre as cordas é de 10,5mm na ponte. O braço pode ser feito em 5 partes laminadas e neck-through-body ou em uma única peça e aparafusado. Uma opção exótica relacionada à quantidade de captadores 2, 4, 5 ou 6. A ponte chama a atenção por possuir apenas dois knobs que controlam (afinam) todas as cordas e podem vir opcionalmente com uma ou duas alavancas de bend (Whammy Bar) by Steinberger, capotraste com sistema de abafamento independente para cada corda. Há uma interessante opção de extensão de escala para cada modelo: escalas curtas SR630 (24.75¨ polegadas), SR640 (25.20¨), SR648 (25.5¨) e escalas longas JC32 (32¨), JC34 (34¨), JC35 (35¨). Pickups MIDI são oferecidos aos interessados, mas cada opcional aumenta o preço final em us$500.00. o timbre destes instrumentos está amplamente ligado à sonoridade da guitarra.  www.bme.com.au.
 Os preços citados nesta matéria podem sofrer alterações à qualquer momento, pois são válidos para Europa e América. Evidentemente existem, espalhados pelo mundo, diversos outros instrumentos e equipamento desenvolvidos com a finalidade do tapping, como por exemplo o SANTUCCI TREBLEBASS do luthier italiano Sérgio Santucci, que à princípio é uma guitarra de escala  27¨ e possui as 4 cordas do baixo além das 6 de guitarra, no mesmo braço (www.essentialstrings.com/santucci.htm). O SOLENE construído por Rich Eberlen em um tubo acústico de alumínio anodizado de 30¨ com 7 cordas, afinadas em quartas justas, e captadores individuais para cada corda ligados a um circuito ativo. Como os trastes estão colocados sobre o tubo da mesma maneira que em um braço de guitarra o músico poderá executar padrões melódicos mais facilmente. Seu timbre é bem peculiar. Imagine uma guitarra tocada dentro de um tubo! (us$800,00 www.flashnet/~solene/). O STARRBOARD de autoria de John Starrett, que diz criar um guitarra-baixo-piano (!) é realmente uma estranha criação. Composto por uma única prancha com 24 trastes e 24 cordas, sendo que outros modelos podem chegar a 52 cordas no total. O músico toca sentado, apoiando o instrumento no colo ou em uma mesa e executa tappings nas cordas. Como não possui corpo nem paleta a característica timbrística mais interessante do Starrboard é a ressonância dos graves.
 O TRAVELGUITAR de Charles Soupios de Denver (Colorado-USA), que criou este pequeno instrumento através da junção do corpo da guitarra com o do contrabaixo formando um único instrumento para ser usado com o tapping. Somente uma guitarra comum tocada com técnica de two-hands. ZTARR BASS, Harvey Starr criou este instrumento que possui o formato de uma guitarra ou baixo futurista onde em lugar de cordas existem pequenas teclas, chaves e botões para o músico tocar como tapping extraindo sons sintetizados e MIDIados. Não existem sons internos, apenas comandos MIDI. Músicos como Allan Holdsworth e Stanley Jordan usam o Ztarr 
(www.catalog.com/starrlab). Existem, também: SLEETHMOTAR, MOBIUS, ZETRICH, THE BIAXE, NOVAX FANNED-FRET, WITKOWSKI-GUITARS, HAMMATAR, SYNTHAXE MIDI e outros, que por Samples de músicas executadas com os instrumentos citados podem ser conferidas em inúmeros sites. Cds podem ser encomendados nestes sites ou em “excelentes" casas do ramo (excelentes sim, pois boas todas dizem que são...). Portanto, se está curioso em saber como é o timbre destes estranhos contrabaixos, vá pra NET surfar! 




 Music & Peace .:.













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